A paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo nos convida a um olhar diferente às
realidades em que vivemos. É tempo de fazer diferente. O próprio Jesus nos chama a uma
conversão de pensamentos e atitudes: “Eis que faço nova todas as coisas” (Ap 21,5). É
preciso, portanto, tirar a velha roupagem da humanidade, deixar a antiga maneira de viver,
e revestir-se de uma nova (cf. Ef 2, 22-24). Mas em que isso consiste?
Para esse tempo de grandes dificuldades em que vivemos, é preciso ter um olhar de
atenção e cuidado às pessoas que nos rodeiam. Esse momento implica em um cuidado de
si, para que haja um cuidado ao outro. É preciso amar o próximo como a ti mesmo (cf. Mt
22, 37-39). Ao seguirmos as indicações sanitárias das organizações que nos protegem, nos
tornamos lares de luz que geram novas vidas, conforme sugere o Ir. Ernesto Sanchez, na
Circular Lares de Luz. É dessa maneira, como os primeiros discípulos e discipulas fizeram,
que esperamos a vinda do Senhor.
Esse é um tempo propício para reconciliar-nos com aqueles que, por algum motivo,
nos desentendemos. A ressurreição de Jesus traz aos nossos corações o sentimento de
renovação. É preciso caminhar juntos, como os discípulos de Emaús, que foram os
primeiros a avistar Jesus após a ressureição. Por estarem unidos, Ele se fez presente no
meio deles e com eles caminhou, partiu o pão e deixou a paz. Nosso coração deve arder,
por estar reconciliado com os nossos irmãos.
Desse modo, a ressurreição de Jesus, na tradição judaico-cristã é geradora de
esperança e nova vida, o Messias vem para que todos tenham vida e mesmo que morram
viverão (cf.Jo 11,25). E nesse momento de tantas perdas, o alento aos corações daqueles
que acreditam na ressurreição é a certeza de que no juízo final, todos juntos se reunirão e
celebrarão num lugar aonde a dor e o sofrimento não fazem morada. Com isso, é preciso
ter em nossos corações a empatia, especialmente por aqueles que sofrem.
E por fim, nessa pandemia, talvez estejamos como os discípulos de Jesus após a
sua morte: entristecidos e desalentados, sem perspectiva de um futuro. Mas só a confiança
de que brevemente o Senhor ressuscitará nos consola. E enquanto o esperamos, agimos
como o mestre, “indo e fazendo o mesmo” (cf.Lc 10,37), sendo o rosto terno de sua
misericórdia, ajudando uns aos outros, construindo lares de luz, seguros de que logo
celebraremos como família cristã junto àqueles que mais amamos.
A todos, uma Feliz e santa Páscoa!
*Ir Nathan da Costa é formado em Teologia pelo Centro Universitário Católica de Santa
Catarina. Pós-graduando em Museologia, Cultura e Educação e faz parte da Equipe de
pastoral do Colégio Marista Cascavel.