Professoras sugerem autoras, artistas e sociólogas que mostram o protagonismo feminino em homenagem à data internacional
Celebrado mundialmente em 8 de março, o Dia Internacional da Mulher marca a importância da mulher na sociedade e a luta pelos direitos femininos. Desde a sua criação, que é repleta de divergências, muito já foi conquistado, mas a necessidade de conscientização é constante. Professoras do Colégio Marista de Cascavel listaram artistas, escritoras, poetisas e sociólogas que marcaram época por suas obras e usam o protagonismo feminino para inspirar meninas e mulheres. Confira:
Úrsula – Maria Firmina dos Reis
De acordo com a professora de Redação e Língua Portuguesa do Colégio Marista Cascavel, Carla Eliza Wagner Klein, a obra Úrsula é considerada o primeiro romance publicado por uma mulher negra em toda a América Latina, além de ser o primeiro romance abolicionista de autoria feminina da língua portuguesa. A autora, Maria Firmina dos Reis, foi a primeira romancista do Brasil. Mulher negra, de vida bastante sofrida, destacou-se como cidadã e intelectual ao longo dos noventa e cinco anos de uma vida dedicada a ler, escrever, pesquisar e ensinar. Vale a pena conhecer a história dessa escritora!
As Irmãs Brontë – André Téchiné
Outra indicação que mistura literatura e cinema, da professora Carla Klein é o filme sobre a história das três irmãs Brontë, Charlotte, Emily e Anne. Elas foram importantes mulheres escritoras de alguns dos mais famosos romances da literatura inglesa. O longa retrata as adversidades pelas quais elas passaram para conseguir a publicação de suas obras, como O Morro dos Ventos Uivantes e Jane Eyre, escritas sob pseudônimos masculinos devido às humilhações sofridas por serem mulheres em um mundo masculino.
Cora Coralina
Cora foi uma importante poetisa brasileira, além de ser uma grande incentivadora da cultura nacional. De vida por vezes sofrida e com uma escrita simples, mas expressiva, só se tornou conhecida quando, aos 75 anos, publicou seu primeiro livro. A sugestão de Carla Klein é conhecer a obra desta poetisa que retratou o cotidiano, a delicadeza e a sabedoria dos detalhes da vida em seus poemas, destacando a realidade das mulheres dos anos de 1900 em sua escrita.
Tarsila do Amaral
A sugestão no mundo das artes vem da professora Nicole Kowal Ribeiro, que recomenda as obras de Tarsila do Amaral. Uma das principais artistas modernas da América Latina. Também é considerada a artista que melhor atingiu a ideia da expressão nacional brasileira em um estilo moderno.
Frida Kahlo
Nicole também recomenda a artista mexicana Frida Kahlo, que em sua arte criou retratos e auto retratos inspirados na natureza e artefatos do México. Explorou questões de gênero, feminismo, política, classe e identidade em suas obras. Além de suas obras, vale a pena assistir ao filme que conta sua trajetória: Frida.
Heloisa Hariadne
Uma sugestão de pintora contemporânea brasileira, da professora Nicole Kowal Ribeiro, é Heloisa Hariadne, que faz suas obras junto com o mar. O movimento das ondas guia os pigmentos sobre a tela. Ela faz parte do coletivo Trovoa e em suas pinturas vemos mulheres negras como protagonistas. Suas criações podem ser vistas em sua conta no Instagram: @heloisahariadne.
Flora Tristan
A intelectual franco-peruana é a sugestão da professora de Sociologia, Juliana Matos. O ponto central de suas reflexões está na educação das mulheres e dos trabalhadores. Flora Tristan produziu análises sobre as relações de trabalho capitalistas que mais tarde ficariam consagradas como “grandes sacadas” de pensadores clássicos da sociologia.
Harriet Martineau
Juliana Matos também indica a pesquisadora britânica Harriet Martineau, considerada por muitos como a primeira socióloga mulher da história, produziu sofisticadas reflexões sobre princípios e métodos de pesquisa social e empírica. Além de ter produzido importantes reflexões sobre política, economia, escravidão, divisão do trabalho e sobre a educação das mulheres.
Lélia Gonzalez
É uma das intelectuais e ativistas mais importantes das ciências sociais brasileiras, de acordo com a professora de Sociologia do Colégio Marista Cascavel, Juliana Matos. Dona de produções teóricas que atravessam da antropologia à psicanálise, foi pioneira nas discussões sobre raça e relações de gênero no Brasil. Para conhecer sua história, a sugestão é conferir um dos episódios da série Desbravadores produzida pela PUC-Rio.
@lascarolitas
Juliana também recomenda o perfil do instagram @lascarolitas, comandado por Caroline Laiza e Carol Andrade, ambas mestras em Ciências Sociais, divulga cotidianamente, de forma muito acessível e descontraída, conceitos e temas vinculados às Ciências Sociais. O debate sobre mulheres e questões de gênero é uma das principais tônicas do perfil.
Sociologia para crianças
O podcast ‘Sociologia para Crianças’, produzido por Tatiana Amendola, doutora em Ciências Sociais pela Unicamp, debate de forma descontraída temas e conceitos trabalhados pelas Ciências Sociais. O podcast é uma conversa entre mãe e filha, que investigam juntas filmes infantis sob uma perspectiva sociológica. Filmes como Moana, Frozen e Monstros S.A estão no rol das problematizações do podcast. É uma possibilidade interessante para auxiliar pais e mães a debaterem temas ‘difíceis’ e complexos com as crianças.